Parte da gramática que se preocupa com o estilo. Nela, a linguagem pode ser usada para fins estéticos, conferindo à palavra dados emotivos.
Figura de Linguagem: são recursos linguísticos usados para dar maior expressividade ao que escrevemos.
Comparação: Estabelece entre dois seres ou fatos uma relação de semelhança/comparação. Geralmente estarão presentes vocábulos que estabelecem essa comparação como: semelhante a, como, igual a, que nem. Exemplo:
"Eu sou nuvem passageira
Que como o vento se vai
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai"
Metáfora (sinédoque): É o emprego de uma palavra com sentido diferente do seu sentido usual, baseado em uma comparação implícita (subentendida) entre os dois elementos. Exemplo:
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões
Metonímia: A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Exemplos:
Eu leio Drummond
Thomas Édison iluminou o mundo
Na verdade, você não lê Drummond, você lê um livro de Drummond. Portanto, a metonímia ocorre quando a gente troca:
O autor pela obra: Leio Machado de Assis. (o livro)
A causa pelo efeito: Vivo do meu trabalho. (do dinheiro)
O inventor pelo invento: Comprarei um Wolksvagem. (um carro)
O contrato pelo abstrato: Ele tem ótima cabeça. (inteligência)
O indivíduo pela classe: Ele é o salvador da Pátria.
Parte pelo todo: Comprei duas cabeças de gado. (duas vacas)
O gênero pela espécie: A estação das flores. (primavera)
O singular pelo plural: As chuvas chegaram.
Personificação (prosopopeia): atribui ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Exemplos:
O rio caminha para o sul.
A caneta escrevia tudo.
Antítese: É a utilização de duas palavras com sentidos opostos na mesma frase. Exemplos:
Viver e morrer estão na agenda de qualquer ser humano.
A alegria e a tristeza são praticamente uma escolha.
Hibérbole: Consiste e em expressar uma ideia com exagero. Exemplos:
Já te falei mil vezes que não irei.
Faz umas dez horas que ela está no banho.
A saia está tão curta que você ficará pelada.
Eufemismo: Busca suavizar uma expressão através de termos mais agradáveis. Exemplos:
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou)
O vizinho passou dessa para melhor. (morreu)
A criança vivia de caridade pública. (esmola)
Ironia: Consiste em expressar ideias com significado oposto ao que se realmente pensa ou acredita. Exemplos:
"A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças" (Monteiro Lobato)
Qual foi o inteligente que deixou o frango no forno 2h.
Gradação: Consiste em dispor as ideias em ordem crescente ou decrescente. Exemplos:
"... em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada." G. de Matos
"O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." Padre Antônio Vieira
Elipse: Ocorre quando alguns elementos são omitidos sem ocasionar a perda de sentido, uma vez que as palavras ficam subentendidas através do contexto.
Exemplos:
1- João está passando mal! Rápido, uma ambulância!
João está passando mal! Rápido chamem uma ambulância!
2- Se chegar depois das oito, tudo fechado: as mercadorias dentro do bar...
Se você chegar depois das oito horas tudo estará fechado: as mercadorias estarão dentro do bar...
Exemplos:
1- João está passando mal! Rápido, uma ambulância!
João está passando mal! Rápido chamem uma ambulância!
2- Se chegar depois das oito, tudo fechado: as mercadorias dentro do bar...
Se você chegar depois das oito horas tudo estará fechado: as mercadorias estarão dentro do bar...
Pleonasmo: É a repetição de palavras por meio de outras palavras. É usado de forma poética, mas quando nós, meros seres humanos, usamos essa repetição dá-se o nome de redundância. Exemplo:
"...Chovia uma triste chuva de resignação..." Manoel Bandeira
"...E ali dançaram tanta dança..." Chico Buarque
Polissíndeto: (poli = vários e síndeto = conjunção, portanto várias conjunções) Consiste na repetição de conjunções para garantir um texto mais expressivo. Exemplo:
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
índios e padres e bichas, negros e mulheres
e adolescentes fazem o carnaval
(Podres Poderes - Caetano Veloso)
Enquanto os homens exercem seus podres poderes
índios e padres e bichas, negros e mulheres
e adolescentes fazem o carnaval
(Podres Poderes - Caetano Veloso)
Onomatopeia: É o uso de palavras que reproduzem os sons de seres vivos e objetos. Exemplo:
"E era tudo silêncio na saleta de costura; não se
ouvia mais que um o plic-plic-plic-plic da agulha no pano."
(Machado de Assis)
Anáfora: Consiste na repetição da mesma palavra no início de várias orações, períodos ou versos. Exemplo:
Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade
Vinícius de Moraes
Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade
Vinícius de Moraes
Aliteração: É a repetição de consoantes em uma sequência de palavras. Exemplo:
"...Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
"...Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Assonância: Consiste na repetição de sons vocálicos com a intenção de provocar um efeito de estilo. Exemplo:
"Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha foz do Iguaçu
Polo sul, meu azul
Luz do sentimento nu"
Djavan
Catacrese: Trara-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
Exemplos:
"asa da xícara" "batata da perna"
"maça do rosto" "pé da mesa"
"braço da cadeira" "coroa do abacaxi"
Perífrase: Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Exemplo:
Obs: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos:
O Divino Mestre (Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (Castro Alves) morreu muito jovem.
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplos:
"Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha foz do Iguaçu
Polo sul, meu azul
Luz do sentimento nu"
Djavan
Catacrese: Trara-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
Exemplos:
"asa da xícara" "batata da perna"
"maça do rosto" "pé da mesa"
"braço da cadeira" "coroa do abacaxi"
Perífrase: Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Exemplo:
A Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
O Divino Mestre (Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (Castro Alves) morreu muito jovem.
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplos:
Um grito áspero revelava tudo o que sentia (grito = auditivo; áspero = tátil)
Um silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual)
Paradoxo: Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias. Veja o exemplo:
Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem dificuldades econômicas.
Apóstrofe: Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:
Moça, que fazes aí parada?
Pai Nosso, que estais no céu...
Anacoluto: Consiste na mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. Exemplo:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
A expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de sufeito. No entanto, há uma interrupção da frase e essa expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento. Exemplos:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)
Hipérbato/Inversão: É inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração. Exemplos:
São como cristais as palavras. (Na ordem direta: As palavras são como cristais)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta: Eu cuido dos meus problemas)
Vídeo aulas do Prof. Fábio Alves - Youtube
Só Português - www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php
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